Uma das intensas vivências que pude experimentar foi e é a do reconhecimento (conhecer novamente por outros olhares, novas perspectivas ). Para mim, neste caso, agradecimento, o sentimento de gratidão é muito importante
Nessas horas que estamos pedalando, por exemplo, quando o vento bate no rosto da gente, onde vemos montanhas ao nosso lado e quando o céu azul anil nos acoberta, somos, por vezes, tomados por uma sensação que nos comove e nos conecta com o universo.
Ao tempo que nos ligamos ao mundo e aos demais seres, mergulhamos em nós mesmos e pudemos, com tudo isso, viver uma ascese espiritual.
Nesses momentos recapitulamos nossas vidas e um contentamento de graça e agradecimentos por todos os entes queridos raiam como aquele sol cálido que aquece sem arder.
Diante de toda essa experiência venho vivendo os meus agradecimentos.
Agradeço aos elementos por todas essas experiências singulares e maravilhosas ao cruzar uma parte da Patagônia e, inevitavelmente, agradeço aos amigos que, ao me
virem como louco, me apoiaram.
Agradeço aos meus primos, primas, tios e tias, ciclistas ou não, por me desejarem boa aventura.
Ao meu irmão Carlinhos com toda sua preocupação, agradeço.
Agradeço a minha irmã Dea por saber me amar do jeito que sou e compreender minha natureza aventureira. A amo, assim como meus lindos sobrinhos e ao meu cunhado e irmão Antenor.
Ao meu pai que, com certeza, queria estar nessa, ou pelo menos conhecendo as cordilheiras. Este homem que tanto o reconheço em mim.
A minha mãe cheia de preocupação, mas que, veladamente, apoiou quando comprou o sapato / tênis que uso nesta viagem. Esta mulher se profundo coração e que sabe tão bem servir ao outro. Também reconheço ela em mim.
Ao meu padrasto que garantiu algumas filmagens e que me deu uma câmera. Este que me foi pai várias vezes.
Aos meus filhos rapazes e princesas, tesouros da minha vida que me inspiram a viver e me desenvolver como ser humano. Os vejo seres esplendorosos e iluminados. Por tabela agradeço o recém chegado Marcos Bruno, companheiro de minha filha. Estou de acordo com olho!
E agradeço, especialmente, a minha esposa, que tem sido uma companheira maravilhosa, apesar de saber que, talvez, não tenha sido o marido que ela esperasse que eu fosse.
Com ela tenho aprendido muitas coisas. Lucimar tem me ensinado a ser mais família, a ter pé no chão e encontro nela uma alma boa. Com ela pude ganhar toda uma família especial que são os Mouras e Coelhos de Remnaso. Ela me tornou menos desequilibrado. É, sem dúvidas, uma pessoa muito sensível. Ela tem sido, ao longo desses 18 anos, uma mulher de verdade... Guerreira, mãezona, parceira das horas boas e más, fiel, honesta com os outros e com ela mesma, amante... E sempre encantadora. Mesmo quando é muita chata e reclamenta, vejo no seu olhar, no fundo dos seus olhos azuis, uma luz, um mar de amor. Eis aí Lucimar a mulher que amo.
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