segunda-feira, 16 de março de 2015

Aeroporto não é um não lugar


Marc Augé (Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade) sustenta a ideia de que existem espaços sociais na contemporaneidade que não criam vínculos, que tudo se dá na intensa fluidez da passagem e, portanto, não edifica culturas, estes são chamados de "não lugares". 
Sou forçado, entretanto, a satiricamente discordar, pois o aeroporto, que pode classificado como um desses "não lugares", é um lócus de comédias e chateações. Estes acontecimentos seriam tão marcantes que instaurariam cenas sociais fundantes.
Quando me refiro ao aeroporto como lugar de comédias e chateações estou fazendo referências àquelas situações que quase todo mundo já viveu nas intermináveis filas, nas trocas de malas, nas atrapalhada a dos agentes aeroviários, etc.

Assim, vivemos, já na chegada a Buenos Aires, algumas dessas cenas. 

Como a minha passagem e a de Chico exigia a troca de aeroporto na cidade de Buenos Aires para pegar o vôo a El Calafamte, imaginávamos que a companhia aérea assumiria o custo do deslocamento. Ledo em engano. Lá se foram alguns muitos pesos! (Êta onibus caro para o Aeroparque! 200,00 pesos!!!).

Após um pernoite fatigante nos bancos e mesmo no chão do Aeroparque, chegou a hora de despachar as bagagens. A emoção (já com Del, Alex e Paulo) de nós cinco era saber se haveria confusão ou não no que diz respeito a cobrança do excesso de bagagem (recordando; já havíamos pago no Brasil e a passagem foi comprada para El Calafate).
Ufa! Paulo passou, Chico passou, eu passei, Del passou e Alex sobrou! Este não tinha recebido comprovante de pagamento de excesso de bagagem pela Tam. Só tinha um recebi de cartão de crédito. Resultado: teve que morrer mais 200,00 pesos!!! 

Cara feia de Alex a parte, finalmente embarque (4h da madruga). Fila enorme!!! Opa! Abre um guichê e fomos em sua direção para aliviar a fila. Esperamos uma pouquinho e breve chega uma mocinha, funcionária do Aero Parque e diz que é uma fila só para mulheres. Os varons dão meia volta, cabisbaixos, e voltam para o finalzão da antiga fila. De quebra, quando havia passado 10 minutos constatamos, indignados, que o guichê que havia sido aberto só para mulheres, agora estava passando homens. Putz! 

Depois desses abusos todos e marcantes fadigas, quem disse que o aero não é um não lugar!?



Nenhum comentário:

Postar um comentário