segunda-feira, 23 de março de 2015

Nossas bikes - vida, movimento e equilíbrio

Esses dias que intercalaram o quarto pedal para o próximo, o quinto, foram   considerados "férias". Ficamos na agradabilíssima cidade de Puerto Natales (Chile), em um
"Hostal", não menos agradável (Picada do Carlitos). As funcionárias são muito simpáticas, é bem localizado e tem um preço abordável (uma média de R$ 80,00 a diária$. A cidade é cheia de bares e restaurantes e há muitas lojas para compras.
Durante essas férias demos roler na cidade, a pé e de bike, tiramos muitas fotos e alguns do grupo foram visitar Las Torres de Paines, um esplendoroso parque, repleto de montanhas, com lagos, cachoeiras, geleiras, florestas, animais silvestres...
Durante esses dias, também em Puerto Natales, aproveitei para terminar a leitura do livro "Diário de uma bicicleta", de Fabrício Maurício. O livro fala da relação do cara com sua bike. É um livro massa e que mistura fantasia com realidade. O cara conversa com a bike! O livro traz também uma série de reflexões sobre a vida. 
Acho que inspirado nessa leitura, comecei a pensar na minha relação com magrela.
Em casa, tenho guardada uma antiga bike. É uma MTB Caloi Aluminium. Penso em prepará-la para uso urbano, sobretudo para ir ao trabalho. A minha parceira de viagem e aventura é uma Vizan, aro 29, quadro 21, preta e branca, equipada com sistema Shimano Deore. Tive um pouco de trabalho para encontrar uma bike com essas medidas (ato 29 e quadro 21) e dentro de um valor possível para as minhas condições, mas depois de uma minuciosa pesquisa, encontrei essa marca, que é nacional e relativamente nova no mercado (Santa Catarina). Como pai coruja, certamente, acho essa minha bike muito massa! É claro que preciso fazer uns ajustes, isto quer dizer colocar uma mesa regulável e um bagageiro pequeno na frente para as próximas grandes viagens.
Ainda sob inspiração do livro, percebo que eu tenho ganhando confiança da bike e ela de mim, isso porque a estrutra se adapta ao meu peso, ao jeito de pedalar, etc.
Assim, noto que tenho muito mais confiança, por exemplo em descer as ladeiras. Cheguei a embalar 70 km e me senti seguro. Outra feita a deixei completamente carregada (com 35 kg) e peguei verdadeiro rallye sem me sentir cabreiro. Mesmo cortando o vento da Patagônia, com uma inclinação, ao pedalar, de 20 graus, fui de boa.
É claro que essas relações aqui retratadas não dizem respeito apenas a mim. Cada um dos meus companheiros desta viagem têm o que falar. E possivelmente uma coisa comum é a experiência de liberdade que sentem. Ao montar na bike, vivemos a experiência de liberdade, nos conectamos com nós mesmos, "permitimo-nos a diferença e seguimos nossas lendas" (Inspirado em Diário de uma Bicicleta).
Acho que a ação de pedalar, que é justamente a magia do movimento e do equilíbrio que traz o grande ensinamento da vida, ou seja, o equilíbrio só se dá em movimento (inspirado em Diário de uma Bicicleta). A vida, afinal, é movimento. 

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