terça-feira, 31 de maio de 2016

O coreto



Paramos na cidade de Entre Rios para um pouso. Uma parte da galera fechou um pacote para dormir em uns quartos e uma outra parte, ficou no coreto da praça! Eu estava com a galera do coreto e que foi logo batizada de baixo clero.
A noite foi regada ao friozinho e muita neblina. Além disso, para valer o nome "coreto", durante a noite houve um verdadeiro festival de música. Peidos, arrotos e roncos, mas muitos roncos mesmo fizeram do coreto de Entre Rios de Minas Gerais aquele inferninho! 

Complemento:
Marcelo Ribeiro era o trompete, Del a tromba, Bike Suja Alma Lavada o prato, Gemeos Lima contrabaixo, Raffaello Bruno  a tuba e ArquiLene Cunha a platéia agoniada. 
Por Del 

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Na manha do gato

Na manha do gato 



A manha do gato é uma expressão que cai perfeitamente para o jeito de se pedalar na Estrada Real. Como há inúmeras subidas e descidas, muitas íngremes, sinuosas e com vários obstáculos, além de, nosso caso, estarmos com as bikes carregadas, toda prudência e calma é pouca.
Manha do gato apreende a sagacidade desse felino que sabe chegar sorrateiro, que não faz alarde, que anda sem fazer barulho... Manha do gato é uma expressão bastante utilizada pelo grupo, como sendo quase que uma recomendação. A manha do gato, também quase como aquele jeito mineirinho, possibilita a paciência necessária e o cuidado para superar as dificuldades. Essa aprendizagem da manha do gato é muito interessante para pensar e viver a vida. Para quem quer uma vida longa ou chegar em algum lugar distante há que se ter a manha do gato. Significa também o saber chegar e sair... Uma sabedoria de vida!

domingo, 29 de maio de 2016

O que levo nessa viagem

Levo nesse pedal a saudade. Isto me faz estar ligado a minha história, aos meus.
Levo nesse pedal a abertura para o vivido, para o acontecer, deixando a vida me levar e sentido, ao sabor do vento, a experiência de cada momento e suas inexoráveis aprendizagens.
Levo nesse pedal intenções (não expectativas): intenção da inteireza, do amor, da compaixão, da compreensão, do perdão, da alegria inocente de viver, da transcendência, da fé, do milagre, da transformação e do divino.
Passado, presente e futuro: pedalam nessa viagem, que é de ressignificados.


O que levamos nessa viagem

Uma viagem como essa não é uma mera viagem, não é uma simples curtição ou muito menos aquela competição. Uma viagem como essa, ou melhor, um pedal como esse é uma viagem no sentido do mergulho, da profundidade, do voltar-se para si, do auto-conhecimento, mas também da religiosidade, da religação, do entrar em contato e se conectar com o transcendente.
Em um pedal como esse rolam, as vezes com a intenção consciente, as vezes não, sempre coisas incríveis e do infinitamente improvável. Alguns de nós já intencionou suas buscas.

No caso, o nosso amigo Alex:

Pessoal levo nesta viagem a vontade de conhecer lugares novos,  culturas novas, pessoas novas e acima de tudo o prazer de pedalar com  amigos que fiz em Maceió... Sei que o momento não é dos melhores devido a tudo que aconteceu,  mas em minha plenitude tentarei curtir a viagem da melhor maneira possível mesmo com dor no ombro, munheca,  joelhos,  quadril,  articulações dos dedos e em geral.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pedal Estrada Real - Pedal Inconfidente: juntando-me ao grupo


Depois de um ano, no Pedal da Patagônia, volto a pedalar com a turma de Maceió. Desta vez faremos um dos trechos da Estrada Real (Sabará - MG / Petrópolis - RJ ). 

Na verdade, eu serei o último a chegar em terras mineiras. A maioria iniciou o pedal no domingo, dia 22 de maio, dois se agregaram na quarta, dia 25 e eu chego hoje, dois dias depois.

Pelo que pude acompanhar dos registros informativos do grupo, as dificuldades tem sido  constantes. Eis aqui um dos trechos do parceiro Gemeos:

"13h48, depois de muitas subidas e descidas, pedal iniciado as 9h30. Percorremos apenas 15km. Somos em quatro e mais os retardatários. Pneu furou..."

Aguardam-me as serras mineiras, com suas subidas íngremes e descidas sinuosas, cobertas pelo mar verde das matas, pontuadas por vilarejos de gente simples e acolhedora, além do friozinho médio de 15o. 

Na minha bagagem, além da bike, obviamente, levo roupas, barraca, saco de dormir, tralhas de bicicleta, uns dois livros... Mas trago comigo saudades dos que ficaram. E esta saudade é puro artifício para que eu possa, de alguma maneira, manter essa gente perto de mim, me aquecendo nas horas de frio, me fazendo companhia nos momentos de solidão, me animando quando pintar a fraqueza e me esperançando quando não estiver vendo horizontes.

Não vejo a hora de reencontrar os velhos parceiros e conhecer os novos que se aventuraram nesse Pedal da Estrada Real, e que também estarei chamando de Pedal Inconfidente.