quinta-feira, 23 de junho de 2016

Conhecendo o nosso país

 Para quem já teve a oportunidade de fazer esse percurso da Estrada Real pode confirmar a rica e agradável experiência cultural, histórica e, claro, as maravilhas das florestas, dos morros, das flores, dos bichos e das águas.

Também é possível constatar o quanto o Brasil já produziu riquezas e continua a produzir. Vivemos os grandes ciclos, desde o Pau Brasil, passando pela cana de açúcar, ouro, café e agora petróleo e toda a capacidade agrícola do país. 

Produzimos tanta riqueza que fomos capazes de enriquecer muitos outros países e, mesmo assim, temos ainda chances de oferecermos uma melhor qualidade de vida para os nossos. 

A Estrada Real é mais um testemunho dessa capacidade do país de gerar riquezas, no caso, o ouro.  A despeito da sangria que houve desse minério por mais de um século,  dá para notar, pelas migalhas que ficaram, a monstruosa produção e o reboliço que deve ter sido, à época, com a economia extrativista, de caráter colonial. 

No meio da viagem e passando pelas dezenas de vilas que pontuam a Estrada Real, me lembrei do livro de Eduardo Galeano, As Veias Abertas da América Latina. Quem não leio ainda, recomendo fortemente (pode ser baixado em http://lelivros.black/book/download-as-veias-abertas-da-america-latina-eduardo-galeano-em-epub-mobi-e-pdf/). É uma leitura que nos ajudar a entender as razões de um continente tão rico (América Latina), mas ao mesmo tempo com enormes desafios no que diz respeito a distribuição de riquezas e as  injustiças sociais. Como explicar, por exemplo, o Brasil, sendo um país tão rico e capaz de produzir absurdamente riquezas durantes séculos, mas ao mesmo tempo, viver situações tão miseráveis? Será que é por causa da enorme quantidade populacional? Mas nem sempre foi assim! Será que a corrupção endógena é suficiente para explicar? Haveria uma lógica maior que coloca países como o Brasil sempre numa relação de dependência? Será que saímos realmente da condição de colônia, que tinha por obrigação gerar riquezas e matérias primas?


Vivendo, pensando....e pedalando...




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