Como
psicólogo, tenho mais ou menos 20 anos de formado e pouco me envolvi com a
chamada psicologia do esporte e com psicologia do trânsito (ao relacioná-las
aqui não estou dizendo que sejam similares, mas no ciclismo estas áreas da
psicologia se tocam). Embora tenha refletido algumas vezes sobre essas áreas,
prestado alguns serviços (em psicologia do trânsito) e estabelecido diálogo
destas com a psicologia escolar educacional, não posso dizer que sou um
especialista. Então toda essa minha aventura ciclística me convoca também a
estar em contato como psicólogo. Não tenho como fugir a isso, pois, embora não
reduza a minha vida a condição de ser psicólogo, não o deixo de ser nas minhas
múltiplas existências.
Falo
tudo isso até mesmo para me justificar e apresentar alguns ensaios do que venho
descobrindo como possibilidade de atuação, enquanto psicólogo, na chamada
psicologia do esporte e do trânsito, pelo menos enquanto experiência provocada
pelo ciclismo. Nesse sentido, uma das minhas experiências / reflexões, tem
apontado para a ideia de que a psicologia do esporte pode ser muito mais do que
preparar o atleta, do ponto de vista psicológico (embora essa atividade seja muito
importante e ainda pouco explorada). Fico a pensar nas possibilidades clínicas,
por exemplo. Algo como uma psicoterapia para além do setting do consultório, onde o psicólogo pudesse acompanhar seu
cliente no ato da atividade, provocando, mediando, dialogando... tudo a partir
da experiência que se dá na ação. Outra possibilidade (irei explorar mais essas
possibilidades) é, após as atividades, as pessoas relatarem suas experiências
do ponto de vista de seus limites, dificuldades e superações em relação a
atividade e como tudo isso ganha correspondência em sua vida como um todo.
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