terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Ciclismo peripatético


Para mim, o ciclismo tem um efeito, um feito, peripatético. Esta palavra grega, que significa “ambulante” ou “itinerante” e que faz referência a escola aristotélica (ou uma parte dela) de ensinar ao ar livre. Este efeito, feito, peripatético, no ciclismo significa que a atividade física vivida provoca em mim uma série de pensamentos ideias... No ato de pedalar muitas vezes me pego pensando, refletido sobre questões, trabalhando em uma ideia no sentido de elaborá-la. É claro que, com o tempo, aprende que não é muito legal (pelo menos para mim) ficar só “viajando”. Na atividade física procuro também focar na ação, no ato de respirar e deixar “a mente vazia”, bem na linha zen-budista. Chamo isso de terra-terra, ou seja, voltar minha consciência para os sentidos e a experiência do corpo. Procuro então equilibrar a experiência terra-terra com as reflexões. Esse jeito de curtir, por exemplo, as pedaladas, tem me proporcionado estar em contato com as experiências do corpo, dos sentidos, dos contextos, mas também acessado reflexões concentradas e refinadas sobre determinados temas.

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